Parkinson em jovens existe?

Dra. Thélia Rúbia • 5 de março de 2022

Antes de iniciar esse assunto "polêmico", é preciso deixar claro duas coisas: 

  1. O Parkinson é uma doença motora, neurodegenerativa.
  2. O Parkinson não tem cura. 


O diagnóstico da doença é essencialmente clínico, onde é somado o histórico do paciente e os medicamentos utilizados. 

Parkinson em jovens existe? Dra Thélia Rúbia, neurologista, explica!

Em algumas ocasiões, o médico neurologista pode solicitar alguns exames, como tomografia computadorizada e ressonância magnética, para descartar outros diagnósticos diferenciais do parkinsonismo.


Lembrando que os sintomas começam a avançar quando o paciente perde mais de 70% das células dopaminérgicas da substância negra.


Atenção à faixa etária e seus sintomas 

A doença de Parkinson é mais comum em pessoas acima de 60 anos, cerca de 1% da população mundial, mas não é exclusiva somente para quem está nessa faixa etária. 


Pessoas mais jovens podem sofrer com os sintomas e a doença. 


Estima-se que cerca de 10% dos pacientes diagnosticados com Parkinson, já iniciam seus sintomas antes dos 50 anos. 


Pacientes, abaixo da faixa etária de 40 anos, também podem iniciar seus primeiros sinais e sintomas, perfazendo 2% dos pacientes diagnosticados com Parkinson. 

Em via de regra, quanto mais jovens esses pacientes, maior cuidado é necessário, pois a evolução da doença é mais rápida e mais agressiva.


Cuidando de dentro para fora

É preciso redobrar a atenção sobre o tratamento a ser seguido em pacientes mais jovens.


Imagina uma pessoa que antes "vendia saúde", mas que agora precisa aceitar que têm uma doença incurável e que o seu diagnóstico não favorece em nada sua qualidade de vida. 


O primeiro cuidado é o de dentro para fora, ou seja, cuidar das emoções e sentimentos desses pacientes. 


É preciso trabalhar essencialmente a auto aceitação deste indivíduo perante uma doença degenerativa, sem cura. 


Sintomas da doença de Parkinson

Não diferindo dos sintomas trazidos por pacientes mais idosos, os indivíduos mais jovens apresentam também os seguintes sinais da doença:


Tremor 

O tremor é de média amplitude, como contar moedas, mais presente, durante o repouso, melhorando com o movimento.


Rigidez muscular

A rigidez pode ser assimétrica, ou seja, iniciar em um lado do corpo, seja na parte superior ou inferior. 


O paciente sente seu membro endurecido, impossibilitando-o de realizar atividades simples do dia a dia, como caminhar, se exercitar, e até se vestir.


Lentidão dos movimentos 

Aquela famosa agilidade do paciente acaba. Ações simples como a de abrir e fechar as mãos, de escrever e até mesmo de fazer o processo de deglutição se tornam tarefas difíceis de serem realizadas com facilidade. 


Desequilíbrio 

O paciente com a doença de Parkinson não tem mais o controle do seu próprio corpo. 


Ele começa a ter dificuldade de se locomover com facilidade e, inclusive, de controlar seus reflexos, estando mais presente, em fases mais avançadas da doença.


Vale a pena salientar, que, no paciente jovem, é mais preponderante a rigidez, em detrimento do tremor, que é mais evidente em pacientes com mais idade.

Cuidando das emoções do paciente com Parkinson

Estar doente, em um momento de fragilização, não é fácil. 


E em pacientes jovens, abaixo dos 60 anos, é preciso ter uma atenção especial nos sintomas psíquicos, uma vez que esse indivíduo está travando uma dura batalha com o seu tempo de qualidade de vida.


Em casos extremos, onde a doença reage mais agressivamente, é possível notar sintomas psíquicos, como:

  • Demência;
  • Dificuldade para processar informações;
  • Depressão;
  • Medo;
  • Raiva;
  • Ansiedade;
  • Insônia.


Os sintomas apresentados acima podem ser tratados com medicamentos, que servem para amenizar o peso da doença, mas é preciso ter cautela, para não fazer com que os medicamentos tragam outros problemas futuros ao paciente. 


Todo medicamento deve ser prescrito com indicação médica. A automedicação pode causar danos irreparáveis na saúde do paciente.


Outros tratamentos da doença de Parkinson

O neurologista pode solicitar acompanhamentos de outros profissionais, para que este paciente consiga conviver da melhor maneira possível com a doença. Profissionais como: 

  • Fisioterapeuta - para que ajude o paciente a trabalhar os movimentos do corpo, com exercícios de fortalecimento.
  • Fonoaudiólogo - para que ajude o paciente no processo de fala e deglutição, pois elas podem ficar comprometidas.
  • Nutricionista - para ajudar o paciente que começa a ter problemas intestinais. 
  • Psicólogo - para ajudar este paciente no controle da ansiedade e depressão.


Em casos extremos, quando o organismo do indivíduo tem resistência ao tratamento medicamentoso, o tratamento cirúrgico passa a ser uma opção.


Neurologista para tratar Parkinson em jovens

Ao iniciar os primeiros sinais de alerta, é imprescindível buscar ajuda de profissionais especializados, que possam analisar o histórico do indivíduo. 


Pode parecer inocente e sem importância, mas por menor que seja, cada detalhe trazido pelo paciente importa! 


Se você conhece alguém ou se você sofre com algum sintoma apresentado aqui, não deixe de buscar ajuda. 


Procure um médico neurologista e descreva todos os seus sintomas, o seu histórico de vida, os medicamentos que utiliza, os seus hábitos alimentares, a genética da família direta e indiretamente, etc. 


Esses fatores são peças-chave para que o especialista faça um prognóstico adequado da doença. 


Tem alguma dúvida ou sofre com algum sintoma?
Agende uma consulta agora mesmo! 

Dra Thélia Rúbia

Especialista em Neurologia e Clínica Médica, mas, acima de tudo, uma médica, antes de ser especialista.

São mais de 20 anos atendendo a especialidade de Neurologia, vendo o paciente em sua integralidade e não segmentado em partes específicas!


Atende com um olhar mais atento a todos os distúrbios, clínicos ou não, e situações, que possam interferir em todas as dores ou queixas neurológicas, que o paciente possa apresentar.


Fez Residência Médica em Neurologia e Clínica Médica, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e é Formada em Medicina, pela UFJF-MG. Também é Especialista em Eletroencefalograma pelo Hospital São Paulo (UNIFESP).

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