Tratamento do Alzheimer com Canabidiol
O tratamento do Alzheimer com Canabidiol é uma alternativa interessante, porém, sem evidências científicas suficientes. Saiba mais!

O tratamento do Alzheimer com Canabidiol tem sido cogitado como uma das possíveis alternativas contra essa complicada condição.
Às vezes, métodos convencionais parecem não serem suficientes para contornar certos problemas, como as alterações
comportamentais e distúrbio de sono, na doença de Alzheimer; e, mesmo os tratamentos neuroprotetores convencionais disponíveis, que retardam a evolução da doença, tem muitas limitações.
Em resposta a essas limitações, cresce, cada vez mais, o número de buscas para encontrar terapias que possam amenizar os sintomas da doença.
O Canabidiol, uma das substâncias ativas encontradas na Cannabis, apresenta-se como uma possível alternativa a ser estudada e considerada.
Então, continue comigo até o fim desse conteúdo e entenda um pouco mais sobre a aplicação dessa substância no contexto da doença de Alzheimer.
Vamos lá!
Canabidiol para Alzheimer é um tratamento seguro?
A doença de Alzheimer e todos seus efeitos são um enorme desafio tanto para o paciente quanto para os familiares.
Embora o paciente seja bem cuidado, muitas vezes a doença continua avançando e tornando os comportamentos do paciente cada vez mais descontrolados, o que torna a qualidade de vida dele e dos familiares, pior.
Nesse sentido, muitos procuram pelo Canabidiol, que é uma alternativa controversa na medicina, pois ainda são necessários muitos estudos sobre essa substância e sua ação no combate aos danos causados pelo Alzheimer e mesmo para várias outras doenças.
Existem muitos relatos sobre a possível eficiência do Canabidiol na melhora do comportamento dos pacientes, como, por exemplo, em sua agressividade ou insônia.
Além disso, algumas pesquisas apontam que o uso da substância pode evitar a criação de proteínas malformadas associadas ao Alzheimer, bem como, ser funcional na proteção das células nervosas.
Levando tudo isso em consideração, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) autorizou a produção e venda de medicamentos à base de Cannabis sob prescrição médica, em 2019.
Com essa decisão, não só os pacientes do Alzheimer, mas como de outras doenças também puderam acessar os medicamentos.
Contudo, como não há consenso entre os profissionais e estudiosos da medicina, não se pode definir se o tratamento do Alzheimer com Canabidiol é de fato funcional e seguro.

Em quanto tempo vejo resultados com o tratamento?
O Canabidiol pode ser comprado na forma de óleo extraído ou em medicamentos e todo o processo de importação é bem burocrático, além do valor ser um pouco alto, a depender da condição financeira de cada paciente.
As dosagens são personalizadas, porque depende muito da adaptabilidade do paciente ao medicamento, além da apresentação e concentração de cada marca do medicamento.
E quem decide optar pelo tratamento com Canabidiol, sem evidências consistentes, pode observar melhoras significativas, a curto prazo (dias a semanas), no que tange às alterações comportamentais e a médio prazo, no que tange ao efeito neuroprotetor.
É importante salientar que, de forma nenhuma, o Canabidiol deve substituir os tratamentos convencionais para a doença de Alzheimer, principalmente, as medicações que tem objetivo de neuroproteção, como os anticolinesterásicos, além de outras. Pode acontecer de substituir os sedativos no controle das alterações comportamentais.
Quem fuma maconha tem menos chance de ter Alzheimer?
Naturalmente, você pode pensar: “se o uso de uma substância do Cannabis pode ser benéfico para os comportamentos do Alzheimer, fumar maconha pode ser um efeito preventivo contra a doença?”
Existem alguns estudos preliminares que têm observado que a substância chamada tetrahidrocanabinol (THC), que é um ativo da maconha, poderia inibir a formação das placas beta-amiloides por meio de sua enzima, evitando um acúmulo de proteínas nos neurônios.
Este depósito anormal destas proteínas estaria na gênese da evolução da doença, mas ainda não existe um estudo, que tenha abrangência suficiente para afirmar o benefício da maconha no sentido de evitar estas alterações patológicas.
Segundo o estudo, seriam necessárias doses pequenas da mesma, para esta finalidade.
Não podemos esquecer que o uso abusivo da maconha e seus derivados podem trazer várias consequências negativas, tanto para a capacidade cognitiva dos pacientes, que usam abusivamente, quanto na predisposição a distúrbios psiquiátricos.

Conclusão
Por fim, o tratamento do Alzheimer com Canabidiol é algo sem uma resolução concreta, mas que realmente tem feito a diferença de acordo com alguns relatos de pessoas que optaram por ele.
Então, fica ao critério dos familiares e pacientes, conjuntamente com um médico neurologista eficiente, recorrer ou não ao uso desse recurso, para assim melhorar a qualidade de vida do paciente, principalmente, nos casos em que os recursos convencionais não forem suficientes.
Um vídeo completo sobre o assunto 'O Tratamento do Alzheimer com Canabidiol', por Dra. Thélia Rúbia, Neurologista
Dra Thélia Rúbia
Especialista em Neurologia e Clínica Médica, mas, acima de tudo, uma médica, antes de ser especialista.
São mais de 20 anos atendendo a especialidade de Neurologia, vendo o paciente em sua integralidade e não segmentado em partes específicas!
Atende com um olhar mais atento a todos os distúrbios, clínicos ou não, e situações, que possam interferir em todas as dores ou queixas neurológicas, que o paciente possa apresentar.
Fez Residência Médica em Neurologia e Clínica Médica, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e é Formada em Medicina, pela UFJF-MG. Também é Especialista em Eletroencefalograma pelo Hospital São Paulo (UNIFESP).