Parkinson nem sempre causa tremor

Dra. Thélia Rúbia • 13 de fevereiro de 2022

Muitas pessoas acreditam que quando alguém começa a ter tremores no corpo, sofre pelo mal de Parkinson. Errado! Nem sempre o tremor de uma pessoa é causado pela doença de Parkinson. 

Parkinson e Tremor - Neurologista em São Paulo

É fato que um dos principais sintomas é a famosa tremedeira, que consiste em um tremor de média amplitude, como se tivesse “contando moedas”, com o membro em repouso, que predomina em um lado do corpo; mas não é só este sintoma que faz o diagnóstico da doença.


De acordo com uma pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Parkinson é a segunda doença degenerativa mais frequente, atingindo cerca de 1% da população mundial, acima de 60 anos, perdendo somente para o Alzheimer.


Por ser uma doença neurodegenerativa, que faz com que um grupo de células do cérebro comece a envelhecer e morrer mais aceleradamente do que o restante do corpo, o Parkinson não tem cura.


Além do tremor: entenda sobre os outros sintomas 

Muito mais que o tremor, existem outros sinais que são necessários uma análise cautelosa e profunda em cada paciente. 


A seguir confira outros sintomas comuns a serem apresentados nos pacientes.


É importante ressaltar que o diagnóstico da doença é, essencialmente, clínico. Salvo exceções em que é solicitado pelo
médico neurologista alguns exames como tomografia e ressonância, para saber se tem sinal de perda dos neurônios da substância negra. 


Rigidez muscular, com postura em semiflexão

Geralmente assimétrica (predomina em um lado do corpo), estando presente em algum membro, seja superior ou inferior, o paciente que sofre com este sintoma tem a sensação de ter seu membro engessado ou amarrado.


Devido à rigidez e outros fatores, o paciente adquire uma postura em semiflexão, com os joelhos, cotovelos e pescoço, semifletidos.


Isso dificulta o indivíduo a fazer atividades simples do dia a dia, como:

  • Caminhar;
  • Se vestir;
  • Se exercitar;
  • Fazer movimentos de abertura e fechamento dos braços.


A rigidez acontece pela falta de dopamina, um neurotransmissor que traz a capacidade do indivíduo de sentir prazer e que também faz parte essencial, no planejamento, execução e correção dos movimentos. 


O paciente que sofre com o Parkinson, tem uma diminuição dos neurônios da substância negra (um núcleo do cérebro), que tem a dopamina, como neurotransmissor. Isto leva a sintomas como a rigidez. 


Bradicinesia, Lentidão dos movimentos

Quando existe a diminuição da amplitude dos movimentos, e até a perda de certos movimentos automáticos (Movimentos cinéticos, como o balançar dos braços, quando se anda), faz com que aquela antiga agilidade que o paciente tinha para fazer movimentos rápidos fica extremamente comprometida, além de outros sintomas como a perda de expressão facial.


Abrir e fechar as mãos, escrever e fazer o processo de deglutição se torna tarefas difíceis de serem realizadas com facilidade. 


Desequilíbrio postural

O paciente passa a não ter controle do seu próprio corpo.


Somado à sensação de rigidez e lentidão dos movimentos,  o indivíduo passa a ter dificuldade de se locomover com facilidade e até de controlar seus reflexos.


O resultado disso é a instabilidade postural, que costuma ser um sintoma mais tardio e eleva muito o risco de quedas e fraturas, uma vez que este paciente não consegue se equilibrar, ficar em pé sem ajuda e até mesmo manter uma postura ereta.


Sintomas psíquicos 

Em casos extremos, é comum encontrar em pacientes sintomas psíquicos que podem ser tratados (não curados), como:

  • Demência;
  • Dificuldade para processar informações;
  • Depressão;
  • Medo;
  • Raiva;
  • Ansiedade;
  • Insônia.


Estes sintomas podem ser tratados com medicamentos, que servem para amenizar o peso da doença.

Diferença entre Parkinson e Parkinsonismo

Muitos dos sintomas do Parkinson podem ser confundidos com outras doenças como Alzheimer e demência.


Mas fica um alerta: somente o médico neurologista deve dar o diagnóstico ao paciente. 


Em muitos casos, é confirmado apenas um Parkinsonismo, termo genérico utilizado na área da saúde, que caracteriza uma série de doenças com causas diferentes, mas que têm em comum alguns sintomas da doença de Parkinson.


Quando procurar um médico?

Aos primeiros sinais notados, é imprescindível que o paciente procure um médico neurologista, levando consigo todo o seu histórico de vida, para que o profissional entenda profundamente o que está sendo passado e adote uma conduta médica adequada, para que o indivíduo consiga levar uma vida mais equilibrada.


Cada detalhe trazido pelo paciente importa! 


Quando é feito um diagnóstico precocemente, é possível proporcionar qualidade de vida e manutenção de todas as atividades profissionais e sociais do paciente, por um tempo mais longo. 


Quanto mais cedo o indivíduo entender que seus sintomas não são normais e buscar ajuda, melhor será para a condução do seu tratamento, visando uma melhor qualidade de vida. 


Com o diagnóstico precoce, é possível fazer com que o paciente possa levar uma vida normal, convivendo com a doença. Para isso, o especialista pode contar com o apoio de outros profissionais da área da saúde, como: 

  • Fisioterapeuta;
  • Fonoaudiólogo;
  • Psicólogo.


Se você conhece alguém ou identificou algum sintoma em comum dos apresentados aqui, procure um médico neurologista e descreva todo o seu histórico de vida, os medicamentos que utiliza, os seus hábitos alimentares, genética da família, etc. 


Toda e qualquer informação se faz necessária e imprescindível para adotar uma medida preventiva para retardar ao máximo a progressão da doença de Parkinson.


Se você tem dúvida e precisa de ajuda, agende uma consulta agora mesmo
clicando aqui.

Dra Thélia Rúbia

Especialista em Neurologia e Clínica Médica, mas, acima de tudo, uma médica, antes de ser especialista.

São mais de 20 anos atendendo a especialidade de Neurologia, vendo o paciente em sua integralidade e não segmentado em partes específicas!


Atende com um olhar mais atento a todos os distúrbios, clínicos ou não, e situações, que possam interferir em todas as dores ou queixas neurológicas, que o paciente possa apresentar.


Fez Residência Médica em Neurologia e Clínica Médica, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e é Formada em Medicina, pela UFJF-MG. Também é Especialista em Eletroencefalograma pelo Hospital São Paulo (UNIFESP).

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