Desmistificando a epilepsia

Dra. Thélia Rúbia • jun. 10, 2022

Epilepsia é uma síndrome caracterizada por duas ou mais crises epilépticas que ocorrem com intervalo de 48 a 72 horas.

Desmistificando Epilepsia

A Epilepsia foi, por muito tempo, tratada com um certo preconceito.


O que é Epilepsia?

Epilepsia é uma síndrome caracterizada por duas ou mais crises epilépticas que ocorrem com intervalo de 48 a 72 horas, pois quando ocorrem em menos de 48 horas, é caracterizada como um único episódio.


Um esclarecimento sobre a Epilepsia

É importante esclarecer que o significado ruim ou pejorativo que as pessoas portadoras dessa síndrome carregam é muito pesado e não correspondem, nem de perto, ao significado real da patologia.


A Epilepsia era caracterizada como um transtorno mental ou até mesmo como um transtorno espiritual, uma vez que não era encontrada uma causa que justificasse essas crises.


Eram feitas necropsias em pacientes que eram portadores de Epilepsia e não era encontrado o porquê, e por isso, ficava difícil um tratamento para essas pessoas.


Desmaio ou Epilepsia?

Muitas pessoas dizem que algum parente teve um desmaio, mas ao ser questionada,  se como desmaio, ela quis dizer que a pessoa perdeu os sentidos, caiu e ficou quieta ou se ela se debateu, é com muita relutância e até mesmo, com certo desconforto que a pessoa confirma que, na verdade, a pessoa que desmaiou se debateu, o que pode caracterizar uma crise epiléptica.


A Epilepsia e a genética familiar

É muito comum encontrar casos de histórico familiar de Epilepsia e ao perguntar de quem isso vem, por exemplo, se da mãe ou do pai, a pessoa já diz: “da minha família não é”.


Antigamente, as pessoas tinham muito preconceito e até mesmo escondiam o fato de que algum parente poderia ter Epilepsia.


É de extrema importância que se investigue o histórico familiar para saber se alguém da família é ou era portador de Epilepsia.


Epilepsia e o preconceito

Antigamente não havia tratamento para a Epilepsia.


Antes das décadas de 30 e 40, quando surgiram os primeiros fenobarbitúricos (Gardenal), devido a não haver tratamento para esse problema, era comum que as pessoas tirassem quem tinha essa doença do convívio social e elas eram mantidas dentro de casa esperando pela próxima crise, sendo consideradas incapazes..


A Epilepsia era considerada uma doença transmissível. 


Nas décadas de 80 e 90, principalmente em áreas rurais, era comum as pessoas questionarem se a baba (saliva) poderia pegar e as pessoas acreditavam que sim.


Pois bem, a Epilepsia não é uma doença transmissível nem tão pouco uma doença mental.


Há pessoas que eram portadores de Epilepsia e que eram tidos como pessoas incapazes, com distúrbios mentais e até mesmo sob possessões demoníacas. Essas pessoas eram levadas a sessões de exorcismos, a terreiros, etc.


Enfim, até pouco tempo atrás, a vida dos portadores de Epilepsia era bastante difícil.

Como era feito o tratamento da Epilepsia

Como já mencionado anteriormente, na década de 30 surgem os fenobarbitúricos (Gardenal), o que foi um grande avanço, porém, eles controlam alguns tipos de crises, como as generalizadas e eles não são indicados para certos tipos de Epilepsias, então, os médicos iam aumentando as doses dessa medicação, fazendo com que os pacientes ficassem sedados.


Uma vez que todo antiepiléptico é sedativo do sistema nervoso central, as pessoas ficavam lerdas e, portanto, as pessoas achavam que os remédios para epilepsia deixavam os pacientes retardados; mongoloides, termos esses, que se usavam na época.


O tratamento para Epilepsia atualmente

Como todas as doenças ou disfunções do cérebro, o tratamento é feito a longo prazo porque os neurônios possuem baixa capacidade de regeneração ou cicatrização, então, tudo relacionado ao cérebro leva bastante tempo para se tratar.


É importante salientar que, assim como a diabetes e a pressão alta, algumas síndromes epilépticas podem ser controladas, mas não curadas.


Então, um tratamento para um tipo de síndrome de Epilepsia que tenha cura, pode levar entre 3 a 5 anos. Já para casos em que a síndrome não tem cura, o controle dela é feito por uso de medicamentos por toda a vida do paciente e é muito importante esclarecer que, esses medicamentos não causam dependência ou danos ao cérebro.


Um eufemismo para a Epilepsia

O termo usado pelos médicos para a Epilepsia nas décadas de 70, 80 e 90 era Disritmia. Esse é um termo técnico que não existe, porém foi utilizado como uma forma de amenizar o preconceito contra os portadores de Epilepsia, bem como para não assustar o paciente portador desta doença.


Tenho Epilepsia mas não digo que tenho

Muitas pessoas que têm Epilepsia escondem esse fato, ou por medo, por exemplo, de perder seus empregos se disserem ao patrão que são portadores dessa síndrome, ou pelo medo que as pessoas têm, principalmente quando o portador entra em crise convulsiva.


Uma nova descoberta e novos avanços

Na década de 90, surgiu a Microscopia Eletrônica, o que permitiu a descoberta do porquê e onde está o problema de doenças como a Epilepsia, Depressão e Ansiedade.


Uma vez, sabendo-se a causa da doença, foi possível o desenvolvimento de medicamentos para o tratamento da mesma, isso permitiu aos pacientes portadores de Epilepsia levarem uma vida praticamente normal.


Apenas entre 10 a 20% de casos são de difícil controle.

Dra Thélia Rúbia

Especialista em Neurologia e Clínica Médica, mas, acima de tudo, uma médica, antes de ser especialista.

São mais de 20 anos atendendo a especialidade de Neurologia, vendo o paciente em sua integralidade e não segmentado em partes específicas!


Atende com um olhar mais atento a todos os distúrbios, clínicos ou não, e situações, que possam interferir em todas as dores ou queixas neurológicas, que o paciente possa apresentar.


Fez Residência Médica em Neurologia e Clínica Médica, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e é Formada em Medicina, pela UFJF-MG. Também é Especialista em Eletroencefalograma pelo Hospital São Paulo (UNIFESP).

Agendar Consulta
Alterações Comportamentais na Doença de Alzheimer: Uma Abordagem Empática
Por Dra. Thélia Rúbia 09 abr., 2024
Entenda as complexas alterações comportamentais na doença de Alzheimer e descubra estratégias eficazes para o manejo desses desafios. Uma abordagem empática e informativa pela Dra. Thélia Rúbia.
Neurologista Consulta Online: Cuide da sua saúde neurológica com praticidade e eficácia
Por Dra. Thélia Rúbia 20 jul., 2023
Cuide da sua saúde neurológica com praticidade e eficácia através da neurologista consulta online. Conheça a Dra. Thélia Rúbia, uma especialista em neurologia experiente, e agende sua teleconsulta para receber um atendimento personalizado no conforto da sua casa.
Tratamento REAC São Paulo Neurologista
Por Dra. Thélia Rúbia 16 set., 2022
Nova Terapia Italiana para otimização cerebral. Conheça o Tratamento REAC em São Paulo para Ansiedade, Depressão, Estresse, TDAH, Autismo entre outros.
O que é ataque epiléptico?
Por Dra. Thélia Rúbia 21 jun., 2022
Entenda o que é o Ataque Epiléptico e a Crise Convulsiva Através da Neurologia. Dra. Thélia Rúbia, Neurologista, Explica o Assunto!
Tratamento Epilepsia São Paulo
Por Dra. Thélia Rúbia 18 jun., 2022
Conheça as Causas, Sintomas e Tratamentos para a Epilepsia Através da Neurologia, com Dra. Thélia Rúbia, Neurologista em São Paulo!
Epilepsia - O que é e definição
Por Dra. Thélia Rúbia 05 jun., 2022
Epilepsia é um distúrbio elétrico do cérebro que se manifesta pelas crises epilépticas. Dra. Thélia Rúbia, Neurologista, explica o assunto!
Tristeza, Angústia, Vontade de chorar
Por Dra. Thélia Rúbia 30 mai., 2022
Tristeza, angústia, vontade de chorar? Leia este conteúdo e entenda suas emoções através da neurologista Dra. Thélia Rúbia.
Parkinson em Jovens Existe Dra Thélia Rúbia Neurologista São Paulo
Por Dra. Thélia Rúbia 05 mar., 2022
Parkinson em jovens existe? Antes de iniciar esse assunto "polêmico", é preciso deixar claro alguns assuntos. Acompanhe este artigo por Dra. Thélia Rúbia, Neurologista em São Paulo!
Tratar Doença Parkinson São Paulo
Por Dra. Thélia Rúbia 24 fev., 2022
Descubra Como Tratar o Parkinson Para Amenizar os Sintomas da Doença. Dra. Thélia Rúbia, Especialista em Neurologia, explica!
Causas do Parkinson Dra Thélia Rúbia Neurologista
Por Dra. Thélia Rúbia 21 fev., 2022
Descubra Quais as Causas do Parkinson e Como Diagnosticar a Doença Neste Artigo, Escrito por Dra. Thélia Rúbia, Neurologista.
Mais Posts
Share by: